Março é tempo de celebrar a importância das mulheres na sociedade e de relembrar suas conquistas sociais, políticas e econômicas. Por isso, trouxemos uma história no mínimo inusitada sobre a evolução tecnológica dos carros, que tiveram intensa participação das mulheres ao longo do século 20. O braço sinalizador automático, acessório simples mas essencial que hoje chamamos de seta, foi inventado em 1910, por Florence Annie Bridgwood, mais conhecida por Florence Lawrence. Pra lá de poderosa, além de ser exímia inventora, a canadense também era atriz e chegou a atuar em mais de 300 filmes de várias companhias de Hollywood. O dom da criatividade e da inovação foi herdado da mãe, que também era inventora. Além da seta sinalizadora, Florence também criou o sistema precursor da luz de freio.
Como a primeira seta funcionava?
Imagine trafegar com seu carro por ruas, estradas e avenidas sem seta e colocando o braço para fora da janela! Seria um caos completo, não é? Pois antes de 1910 o trânsito era assim! Foi aí que Florence teve a ideia de criar o primeiro sistema de setas, que era um par de bandeirinhas fixadas atrás dos para-lamas. Para ativá-las, o motorista tinha que acionar botões elétricos dentro da cabine do automóvel fazendo com que uma bandeirinha se levantasse, indicando a direção da curva a ser feita. Além disso, quando o freio era pressionado, uma placa indicativa de Stop era ativada na parte traseira do carro.
Invenção não patenteada e morte dramática
Florence era casada com um vendedor de automóveis e era apaixonada por carros. Apesar de ter criado esses acessórios essenciais, as invenções na época não foram patenteadas e não tiveram o sucesso comercial esperado. A atriz e inventora seguiu com sua carreira no cinema até 1936 e, infelizmente, em seus últimos filmes seu nome nem aparecia nos créditos. O fim de sua vida foi dramático, pois sofria de dores crônicas causadas pela mielofibrose, doença rara na medula óssea. Em 1938, foi encontrada inconsciente em sua casa, após ingerir inseticida. Foi enterrada em um túmulo sem identificação até 1991, quando o ator Roddy McDowall a homenageou e colocou uma lápide memorial com os dizeres: “The Biograph Girl / The First Movie Star”, nome pelo qual ela era conhecida no auge de sua carreira.