Já dizia o rei Roberto Carlos em seu sucesso, Caminhoneiro: “Eu sei, tô correndo ao encontro dela. Coração tá disparado, mas eu ando com cuidado, não me arrisco na banguela”. E ele estava correto nessa afirmação. Melhor não se arriscar mesmo. Além do aspecto de segurança, o artigo 231 do código de trânsito brasileiro prevê que dirigir em declive desligado ou desengrenado é infração média que dá multa e até retenção do veículo.
Mas, afinal, de onde veio o termo “na banguela”? Não, não foi um dentista, muito menos uma vovozinha que usa dentadura que inventou. Para entender a origem é preciso entender um pouco do sistema de transmissão do carro. Este sistema é responsável por transmitir a força, rotação e torque produzidos pelo motor até as rodas do veículo.
Entre os componentes da transmissão está a caixa de câmbio. Ela possui diversas engrenagens, de tamanhos diferentes, que se encaixam em um movimento de rotação, conectados à potência do motor, e determinam a velocidade do veículo.
Quando o câmbio está na posição N, em carros automáticos, ou em “ponto morto”, nos manuais, significa que a velocidade é neutra, ou seja os “dentes” das engrenagens não estão conectados. É como se as engrenagens não tivessem estes dentes. Logo, fez-se uma associação com “banguela” e o jargão se espalhou pelo país.
MAS, AFINAL, DIRIGIR NA BANGUELA ECONOMIZA COMBUSTÍVEL?
Não. Pelo contrário. Na banguela, o motor entra em rotação de marcha – lenta e a injeção continua enviando combustível. Mas se você apenas retirar o pé do acelerador e andar com o carro engatado, sem pisar na embreagem, a injeção cortará o combustível, o chamado Cut Off, que acarretará em maior economia e menor dano ao motor.