Se o preço do café está incomodando quem vai ao supermercado, a situação não está muito diferente no resto do planeta.
Apesar de uma queda no volume de mais 11,3% no volume das exportações, o primeiro trimestre de 2025 registrou uma alta de 54% no faturamento. Os dados, do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), ajudam a entender o cenário e, ao mesmo tempo, escancaram uma oportunidade para o agro.
Em primeiro lugar, a produção de café está em uma baixa histórica. A causa, principalmente, está nas questões climáticas, que comprometeram, por exemplo, a safra do Vietnã, principal produtor do mundo.
A queda na oferta também se deve a questões específicas da planta. Em resumo, o café leva de 2 a 5 anos para começar a dar frutos e suas colheitas são bienais. Isso significa que, quando se perde uma lavoura, leva tempo para a produção voltar aos patamares anteriores.
Contudo, devemos também levar em conta aspectos econômicos: o real se desvalorizou em relação ao dólar. Isso, ao mesmo tempo, tornou mais caro importar e mais atrativo exportar. Com menos oferta interna, os preços para o consumidor brasileiro sobem: de acordo com o IBGE, 77% nos últimos 12 meses.
O produtor brasileiro que tem café para vender está diante de uma oportunidade singular. Não só pelos altos preços da commodity, mas também para entrar em novos mercados e consolidar uma posição no futuro, quando os níveis mundiais do café voltem ao normal.
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