A cotação do café entrou em um viés de baixa no mês de setembro. Em resumo, dificuldades climáticas e incertezas econômicas explicam o cenário. Entretanto, a tensão da Guerra na Ucrânia e a redução dos estoques da Bolsa de Nova Iorque seguraram a queda. Com um mercado não só sensível, mas também sujeito a novidades, os produtores que estiverem atentos podem encontrar boas oportunidades.
Entenda os principais pontos que pressionaram e sustentaram o café em setembro.
Os juros da economia americana seguem subindo. O FED está implacável no arrocho, com objetivo de trazer a inflação para dentro da meta de 2% ao ano. Dessa forma, o risco de recessão faz com que investidores se tornem avessos ao risco e procurem menos pelo café, que vem sendo castigado pelo clima.
A volta das chuvas, que poderia ser positiva para os agricultores brasileiros, acabou trazendo mais dificuldades. Foi o caso, por exemplo, do sul de Minas Gerais, acometida por uma das maiores chuvas de granizo dos últimos anos. Com isso, a estimativa da safra do ano que vem também fica com uma grande interrogação. Se a seca permanecer, o pegamento das floradas e a granação dos frutos pode ser comprometida.
O mercado de café é inelástico, ainda mais quando levamos em conta mercados maduros. Isso significa que, em outras palavras, não se espera uma queda no consumo. Com isso, a queda na oferta da atual safra segurou um pouco os preços. Principalmente porque os estoques da Bolsa de Nova Iorque chegaram ao menor patamar em 23 anos, com menos de 500 mil sacas disponíveis.
Ao mesmo tempo, o cenário global de redução na produção, com foco em dois grandes agentes desse mercado, como Colômbia e Vietnã, ofereceu ao Brasil, que cresceu sua safra em relação a 2021 (embora menos do que o inicialmente projetado) maior possibilidade de disputar as grandes praças.
Por fim, a flutuação cambial oferece oportunidades de curto prazo na hora de vender. Um dia de câmbio mais alto pode representar grandes rentabilidades.
O tempo é um fator essencial no agro. A janela de semeadura encurtou pelo clima. Uma safra sem ser colhida pode ser destruída por uma intempérie climática. Uma colheita que atrasa a entrega pode representar uma perda de milhares de reais pelo câmbio.
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