A escalada da produção de etanol, cuja verificação ocorre desde 2013, deverá crescer em ritmo menos acelerado, algo em torno de 10,2% a menos que na safra passada. O consumo do combustível, anidro mais hidratado, é estimado em 26,45 bilhões de litros. É o que prevê uma consultoria especializada no setor sucroalcooleiro.
As exportações devem sofrer quedas para 1,15 bilhão de litros, e a importação deve chegar em 1,23 bilhão de litros. A queda da atividade econômica é a grande razão por trás da baixa na venda de automóveis e isso justifica a queda observada no uso de etanol. Esses dados coincidem com as projeções feitas pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que indicam que a atual safra deverá totalizar 27 bilhões de litros de etanol, sendo 43% de etanol anidro, aditivo misturado na gasolina; e os 57% restantes de etanol carburante.
É esperada também uma queda na produção. A safra atual de cana-de-açúcar começou em abril de 2016 e terminou em março deste ano. A diminuição da produção ocorreu basicamente devido à baixa produtividade dos canaviais. Além disso, 40% da região Sul foi afetada por geadas e a colheita teve que ser antecipada. Essa cana de 4 a 5 meses, muito jovem, reduziu a qualidade da matéria-prima.
E ainda aconteceram outros fenômenos climáticos, como o veranico de final de maio e o de agosto-setembro, e a escassez de chuvas em abril e agosto”. A combinação desses fatores afetou a oferta de cana. Para a próxima safra, 2017/18, que começará em Abril, é estimada uma produção de etanol de 26,91 bilhões de litros; com o consumo combustível total de 25 bilhões de litros.
Atualmente existe um equilíbrio entre a oferta e a demanda de álcool. Mas há quatro anos, com a baixa nos preços do açúcar no mercado internacional, os usineiros brasileiros direcionaram muito mais cana para a produção de etanol.
Agora, com a melhora nos preços do açúcar, foi reduzida a oferta de etanol hidratado carburante, mas não a do anidro. Essa redução levou à diminuição das exportações. Com isso, há equilíbrio esse ano entre as exportações e as importações de etanol. A tendência no período da safra (Abril/16 a Março/17) é de uma estabilidade em torno de 1,4 bilhão de litros.
Mas já é possível observar uma alteração na oferta de cana por conta da renovação dos canaviais e a busca de maior produtividade. Isso deve impactar a produção de açúcar e de etanol nos próximos anos.
E a grande transformação deverá ser protagonizada pelo programa RenovaBio, que promete expandir a produção de biocombustíveis e já é considerada um marco na história do desenvolvimento do setor, comparável ao lançamento do Proálcool (1975) e do surgimento dos carros a etanol e flex.
Fonte: Revista Petróleo Energia